
Tentar salvar o planeta parece menos um filme da Marvel e mais uma tensa negociação climática que terminou no Egito no fim de semana.
Dezenas de milhares de delegados e ativistas de todo o mundo se reuniram para a cúpula do clima das Nações Unidas chamada COP27. Tornou-se mais urgente do que nunca descobrir como viver em um mundo muito mais perigoso. E a única maneira de impedir que as coisas piorem é cada país cumprir os compromissos de redução da poluição assumidos no histórico acordo de Paris de 2015. Mas eles terão que superar seu próprio drama e luta interna para chegar lá.
Eles terão que superar seu próprio drama e luta interna para chegar lá
Houve algumas vitórias importantes e algumas derrotas decepcionantes no cume, e ainda há muito trabalho a fazer. Aqui estão as principais conclusões das negociações, que começaram em Sharm El-Sheik, no Egito, e decorreram de 6 a 20 de novembro.
Durante anos, as nações em desenvolvimento pressionaram pela criação de um fundo de “perdas e danos”, às vezes chamado de reparações climáticas, para compensar o preço que a mudança climática já causou em seus países. Depois de cerca de 27 anos de negociações climáticas – mais horas extras que se estenderam até a noite no Egito – finalmente chegou-se a um acordo para criar esse fundo de perdas e danos.
“Esta COP deu um passo importante em direção à justiça”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em um comunicado em vídeo após a negociação do acordo.
Como exatamente esse fundo funciona estará em debate nas próximas negociações sobre o clima. Mas a ideia é que as nações mais ricas responsáveis pela maior poluição climática contribuam para o fundo. Esse fundo pode então ser usado por nações em desenvolvimento que são frequentemente as mais vulneráveis à mudança climática, embora tenham emitido muito pouco da poluição que causa o problema. O diabo estará nos detalhes quando se trata de quem terá acesso a esses fundos – bem como quem vai pagar a conta.
“Temos o fundo, mas precisamos de dinheiro para que valha a pena. O que temos é um balde vazio. Agora precisamos preenchê-lo para que o apoio possa fluir para as pessoas mais afetadas que estão sofrendo agora”, disse Mohamed Adow, diretor executivo do think tank Power Shift Africa, em um comunicado à imprensa. As nações desenvolvidas já perderam o prazo de 2020 para fornecer US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático para limitar as emissões de gases de efeito estufa e ajudar as nações em desenvolvimento a se adaptarem às mudanças climáticas.
Desde que adotaram o pacto climático de Paris em 2015, a maioria dos países tem um objetivo claro: limitar o aquecimento global a cerca de 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais. Neste ponto, os seres humanos já aqueceram o planeta em 1,2 graus Celsius – então temos muito pouco espaço de manobra. A ciência é clara – os caminhos para limitar o aquecimento a 1,5 graus incluem o fim do desenvolvimento de carvão, petróleo e gás.
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