Na manhã da última quinta (10), a Nasa lançou um dispositivo gigante e inflável para o espaço – que depois reentrou na atmosfera e aterrissou no Oceano Pacífico, próximo ao Havaí. Trata-se de um escudo térmico com 6 metros de diâmetro; uma tecnologia que pode ajudar a transportar humanos para Marte no futuro.
O nome da engenhoca é LOFTID, sigla para Low-Earth Orbit Flight Test of an Inflatable Decelerator – voo teste, em órbita baixa da Terra, de um desacelerador inflável. O projeto de US$ 93 milhões pretende desenvolver uma nova tecnologia para pousar espaçonaves na superfície do planeta vermelho.
As abordagens atuais para pouso de cargas no espaço comportam até 1,5 tonelada. Mas, segundo a agência espacial americana, levar pessoas para Marte (e os suprimentos necessários para que elas sobrevivam) significa ter de aterrissar 20 toneladas ou mais. Uma superfície maior gera mais atrito com a atmosfera – e funciona como um bom freio para cargas pesadas. É o caso do LOFTID.
Quando não inflado, o dispositivo cabe dobradinho em um cilindro com 1,5m de largura por 1,5m de altura. Fácil de se transportar em um foguete. E ele é feito de camadas de tecido ultra-resistentes, para sobreviver a reentradas na atmosfera a 28,9 mil quilômetros por hora e suportar temperaturas próximas a 1.648 °C.
No teste da última quinta (10), o disco inflável voou a bordo de um foguete Atlas V, junto com o satélite meteorológico NOAA-21. Depois que o foguete lançou o satélite, orientou o LOFTID para reentrar na atmosfera terrestre. Gás nitrogênio comprimido inflou o dispositivo, que foi liberado pelo Atlas – como você vê no vídeo abaixo.
Assim, o disco inflável reentrou na atmosfera, enquanto dispositivos a bordo recolhiam dados sobre a missão. Duas horas depois do lançamento, o dispositivo lançou um para-quedas e aterrissou no Oceano Pacífico – onde seria resgatado por um navio. Um teste bem-sucedido da tecnologia, segundo a Nasa.
O LOFTID tem seis metros de diâmetro, mas um escudo térmico para pousos em Marte deve ter aproximadamente nove. Este seria combinado a sistemas de para-quedas, mas também de retrofoguetes, que guiariam o módulo de pouso até o local desejado na superfície marciana.
A ideia de escudos térmicos infláveis surgiu há meio século, e na última década três testes semelhantes aconteceram – mas foram voos que não chegaram à órbita da Terra e carregaram dispositivos com metade do diâmetro atual.
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