ONU e Conselho de Segurança da ONU - a Rússia ocorre lá ilegalmente

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Há um ano, nossa delegação de parlamentares ucranianos estava sentada na sede da ONU em Nova York, quando uma situação aparentemente surreal, mas muito familiar se desenrolou: o Conselho de Segurança ouviu por horas enquanto a Rússia propagava “8 anos de genocídio no Donbass cometidos pela Ucrânia”, enquanto todos nos bastidores falavam sobre a inevitável invasão que Moscou estava prestes a lançar. Isso é afirmado na coluna para advogados ucranianos, ativistas de direitos humanos e deputados populares da Ucrânia Alena Shkrum, Dmitry Natalukha E Lesia Vasilenko para a revista Time.

Diante da guerra que se seguiu, a ONU estava impotente. O Conselho de Segurança não conseguiu tomar medidas decisivas, porque a Rússia conseguiu bloquear tudo.

A guerra desencadeada pela Rússia na Ucrânia revelou a necessidade urgente de uma reavaliação radical da ONU e seu Conselho de Segurança, organizações que falharam em cumprir sua promessa de garantir a paz global.

Desde 1991, a Rússia ocupa um assento na ONU de forma absolutamente ilegal, sendo o único país membro que não assinou a carta fundadora da organização em 1945 e nunca foi membro da Assembleia Geral. Sua cadeira na ONU é resultado de um acordo tácito que dura mais de três décadas.

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Este acordo tácito permitiu ao Kremlin, entre outras coisas, bloquear quaisquer esforços no Conselho de Segurança para ajudar a Ucrânia em meio ao aumento da agressão russa desde 2014. De fato, ao longo dos anos, a Rússia (incluindo sua antecessora, a URSS) usou seu poder de veto 143 vezes, mais do que todos os outros membros permanentes do Conselho, incluindo a China, juntos. Isso transformou a principal organização de paz do mundo em um mero observador impotente.

Foi necessária uma invasão em grande escala para que o mundo falasse sobre a maior fraude da história da política internacional, mas um ano depois o problema ainda não estava resolvido.

Enquanto a Rússia atacou o território soberano da Ucrânia e realizou atos maciços de assassinato e tortura de civis, a ONU falhou – e continuará a fazê-lo – em fornecer nenhuma resposta substantiva.

O lugar imerecido da Rússia na ONU

De acordo com o Artigo 4 da Carta da ONU, os novos países membros devem ser adotados pelo voto da Assembléia Geral. Mas a Rússia evitou isso declarando que continuaria a ser membro da URSS.

E isso, apesar do fato de que em 26 de dezembro de 1991, o Soviete Supremo da URSS declarou que “a URSS como estado e como sujeito do direito internacional deixa de existir”. Desde o colapso da União Soviética, surgiram mais de dez novos Estados independentes, sendo a Rússia apenas um deles. Outros países, como Geórgia e Bielo-Rússia, por exemplo, tiveram que ser aprovados pela Assembleia Geral para ingressar na ONU, mas Moscou simplesmente mudou as placas de URSS para “Federação Russa” e esperava que o mundo não notasse.

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Embora o conceito de Estados sucessores tenha uma longa história quando se trata de membros da ONU, apenas a Rússia recebeu um acordo tácito e não formal para ocupar o lugar de seu antecessor. Quando a Tchecoslováquia e a Iugoslávia entraram em colapso, cada um dos países que emergiram dos antigos blocos teve que ser admitido na ONU por uma resolução da Assembléia Geral.

A presença ilegítima da Rússia na ONU – e pior, como membro permanente do Conselho de Segurança – teve consequências desastrosas. Ele usa a ONU tanto como plataforma para sua propaganda quanto para bloquear, por meio do direito de veto, qualquer tentativa da comunidade internacional de se opor ao seu comportamento predatório.

Sem a restauração do estado de direito em sua própria organização, a ONU se tornará cada vez mais irrelevante, como aconteceu com a Liga das Nações quando falhou em responder à invasão da Polônia pelo Terceiro Reich em 1939. A impotência da ONU, que não pode evitar guerras e cumprir suas obrigações de manutenção da paz, também pode desaparecer com o tempo, deixando um vazio na arquitetura da segurança global.

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É hora de mudar de direção. Caso contrário, os regimes autoritários em todo o mundo não perderão esse momento de completa fraqueza das instituições mundiais para revidar.

Exclusão da Rússia do Conselho de Segurança

Após a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, nós e um grupo de outros diplomatas, advogados, jornalistas e cientistas de todo o mundo lançamos uma petição para expulsar a Rússia da ONU: #unrussiaUN.

Ele pede à liderança da ONU que forneça evidências documentais da adesão legal da Rússia ou reconheça sua participação na ONU como fictícia.

No momento da redação deste artigo, a petição reuniu mais de 300.000 assinaturas. Este também não é um sonho impossível. Thomas Grant, professor de direito internacional em Cambridge e ex-conselheiro do Departamento de Estado dos EUA, que também apoia a petição, disse que existe um mecanismo legal pelo qual a Rússia pode ser removida do Conselho de Segurança. Ele lembra que a ONU já foi além quando expulsou completamente Taiwan em 1971.

Veja também: Congresso quer retirar a Rússia do Conselho de Segurança da ONU

No início da guerra, muitos políticos não levaram a sério esse impulso, mas ele está começando a ganhar força.

Em setembro passado, os líderes mundiais na 77ª sessão da Assembleia Geral da ONU pediram abertamente a reforma do Conselho de Segurança. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, pediu a expulsão da Rússia do Conselho de Segurança pelo ataque à Ucrânia, enquanto o presidente dos EUA, Joe Biden, o presidente francês, Emmanuel Macron, o então primeiro-ministro irlandês, Michal Martin, e o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, pediram limites ao poder de veto da Rússia.

A Rússia deve ser responsabilizada. Presumia-se que a participação na ONU seria limitada a estados amantes da paz. Se o regime do país mudar, é claro, sua adesão deve poder ser restabelecida por um voto da Assembléia Geral. Mas, a essa altura, a própria viabilidade da ONU como organização de manutenção da paz sofre, pois seus membros são forçados a negociar com um regime político que o Parlamento Europeu e outros consideram um Estado patrocinador do terrorismo.




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