Perfis falsos no Instagram, criados para aplicar golpes em clientes de bares e restaurantes, se tornaram uma epidemia em Curitiba. O problema gera dor de cabeça e prejuízos para clientes, que podem ter suas redes sociais e telefones clonados, e também para as casas, que necessitam manter esforço permanente de divulgação para evitar que frequentadores caiam em armadilhas digitais.
O Wit Bar, no Rua Itupava, já teve seu perfil clonado mais de dez vezes. A mais recente foi na última semana. O modo de operação dos golpistas é similar em todas elas. Inicialmente eles criam um perfil fake utilizando nome parecido com o do bar, geralmente anexando algum sinal ou letra ao nome verdadeiro. Depois, copiam imagens do perfil original, tudo para iludir o público, fazendo parecer que se trata do perfil verdadeiro. “Em alguns casos, os perfis fakes oferecem cortesias de consumação na casa em um determinado valor que pode ser revertido em pix”, alerta Wagner de Moraes, sócio do Wit e também do Santa Marta Bar. “A partir daí, os perfis fake começam a seguir as pessoas e a enviar mensagens informando sobre sorteios e promoções que são inteiramente falsos”.
A intenção disfarçada é fazer com que os clientes cliquem em links que na verdade são armadilhas para clonar o celular dos usuários. Se o cliente acessa esses links, geralmente os golpistas invadem sua agenda e dados pessoais e utilizam os mesmos para fraudes. Outra modalidade comum é solicitar o WhatsApp do cliente para o envio de um código, que também funciona como uma pegadinha para capturar o controle do celular.
O Santa Marta Bar, no Batel, também denunciou cerca de dez perfis fake, sendo o mais recente deles há uma semana. “Os perfis fakes acabam vinculando a imagem da casa com ações que podem causar prejuízos às pessoas, que vão desde o roubo da conta do Instagram do usuário e até mesmo aplicação de golpes, inclusive com danos financeiros”, comenta Moraes. “Alertamos que as cortesias oferecidas pela casa são pontuais e jamais serão convertidas em crédito na forma de pix para o cliente.”
No mercado de restaurantes a incidência também é grande. O Aizu Japanese Cuisine, especializado em alta gastronomia japonesa, também já teve esta ocorrência por cinco vezes nos últimos dois anos. Nem casas recém-inauguradas escapam. O restaurante de carnes Maria Eugênia, em Santa Felicidade, mal completou seis meses e já teve que lidar com um perfil fake.
Denúncias
Para combater esse tipo de ação, a única maneira que a plataforma fornece é a denúncia. No Instagram, pode-se entrar no perfil fake, clicar no menu com três pontinhos no canto superior e depois em “denunciar”, então clicarem “algo sobre a conta”, marcar “está fingindo ser outra pessoa”, marcar “uma empresa ou organização” e então apresentar o perfil oficial que a conta fake está imitando. Porém, isso gera pouco resultado, e os donos de restaurantes não recebem atenção do Instagram. “A grande dificuldade é que, assim que um perfil é derrubado, outro já é criado novamente”, revela o sócio do Wit e do Santa Marta.
Em todos estes casos, bares e restaurantes têm procurado registrar Boletim de Ocorrência no Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Policia Civil do Paraná. Além disso, denunciam as contas falsas ao Instagram e divulgam orientações para alertar os clientes por meio de suas redes sociais verdadeiras.
Uma reclamação constante das casas é que o Instagram demora muito ou simplesmente não tira do ar as contas fakes, apesar do grande número de denúncias. “Já fizemos inúmeras denúncias e nunca obtivemos qualquer tipo de resposta do Instagram. Geralmente demoram muito e acabam não derrubando os perfis falsos”, comenta Wagner de Moraes.
Acaba sobrando para o bar, que também é vítima, alertar os usuários do Instagram e pedir apoio. “Denunciamos a conta no Instagram, fazemos publicações para avisar nossos seguidores e pedimos que eles também façam a denúncia”, conclui Moraes.
COM INFORMAÇÕES DE FC Comunicação | Assessoria de Imprensa
Plantão 190
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