
Um longo e frio fluxo de gás está alimentando uma galáxia muito distante como um grande canudo curvo. A descoberta sugere uma nova maneira de as galáxias crescerem no início do universo, relatam os pesquisadores na edição de 31 de março. Ciência.
Simulações de computador previram que fluxos de gás deveriam conectar galáxias à teia cósmica (SN: 3/6/23). Mas os astrônomos esperavam que o gás fosse quente, tornando-o inadequado para combustível de formação de estrelas e crescimento de galáxias.
Assim, o astrônomo Bjorn Emonts e seus colegas ficaram surpresos ao ver um fluxo de gás frio de formação de estrelas levando à Galáxia Anthill, uma galáxia massiva cuja luz leva 12 bilhões de anos para chegar à Terra.
A equipe avistou o fluxo enquanto mapeava gás frio na vizinhança da galáxia usando o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, ou ALMA, no Chile. Emonts estava particularmente interessado nos comprimentos de onda de rádio da luz que os átomos de carbono emitem quando a temperatura está entre -260° e -160° Celsius.
“As pessoas não imaginavam que essas correntes pudessem ficar tão frias”, diz Emonts, do Observatório Nacional de Radioastronomia em Charlottesville, Virgínia.
Mas lá, nos dados, um fluxo gelado se estendia a pelo menos 325.000 anos-luz de distância da galáxia. A corrente carrega a massa de 70 bilhões de sóis e deposita o equivalente a cerca de 450 sóis em gás frio na galáxia a cada ano, calculou a equipe. Isso é o suficiente para dobrar a massa da galáxia em um bilhão de anos.
Emonts acha que ninguém tinha visto tal fluxo antes porque sua equipe usou o ALMA em uma configuração incomum, com seus telescópios dispostos o mais próximo possível. Isso deu ao observatório uma resolução mais baixa, mas um campo de visão mais amplo.
“As pessoas normalmente não fazem isso”, diz Emonts. “Basicamente, desfocamos o ALMA da pior maneira possível.”
Se outras galáxias são alimentadas por estruturas semelhantes, isso pode significar que as primeiras galáxias cresceram principalmente bebendo diretamente dos fluxos cósmicos, em vez da hipótese principal – fusões violentas de galáxias (SN: 28/06/19).
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