A República da Moldávia iniciou o processo de separação da Comunidade de Estados Independentes (CEI), uma organização política, econômica e militar criada por iniciativa da Federação Russa desde o início dos anos 1990.
O chefe do parlamento unicameral da Moldávia, Igor Grosu, instruiu os advogados a preparar documentos visando a retirada de Chisinau do acordo de adesão à CEI. Acrescentou que esta decisão foi precedida de consultas a políticos ao mais alto nível do estado e ao povo. Acrescentou que as consultas públicas foram acompanhadas de conversações com deputados do governista Partido Acção e Solidariedade (PAS) e com o Presidente da República, Maia Sandu.
“A CEI é há mais de vinte anos um órgão de fachada, que não toma decisões conjuntas, nem as várias resoluções adotadas por esta organização não são vinculativas. É mais um clube que nos lembra que a União Soviética outrora existia “, – disse o Dr. Adam Eberhardt no ar da “Polish Radio 1”.
“Até agora, havia um certo canal de diálogo com Moscou, uma forma de encontrar os presidentes das repúblicas da Ásia Central com Putin. A Moldávia rejeita isso, embora coisas mensuráveis sejam mais importantes, ou seja, reduzir a dependência energética”, enfatiza o especialista .
Os moldávios nem sempre foram anti-russos. Estudos mostram que a confiança em Vladimir Putin em 2014-2021 estava no nível de 50-65% e agora, desde o início do ano, caiu para 35-38%. “Em grande parte, isso é resultado da guerra russo-ucraniana e do fato de os moldavos terem medo dessa guerra e da política agressiva da Rússia”, acredita Eberhardt. – Acho que a deterioração dos indicadores russos também é consequência da decisão de limitar a transmissão da televisão russa na Moldávia. Por muitos anos, esta foi de fato a principal televisão que os moldávios assistiam, e isso aumentou a influência da propaganda russa, diz o Dr. Adam Eberhardt.
Grosu afirmou que a participação da Moldávia na CEI, à qual pertence desde 1994, não protege mais o país do embargo econômico e das ações russas hostis “tomadas contra a independência e soberania da Moldávia”. De sua parte, Chisinau disse recentemente ter recebido evidências de inteligência de que o Kremlin queria realizar um golpe de estado e uma operação militar, incluindo a captura de um aeroporto na capital da Moldávia.
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