A família é conhecida no bairro Santa Felicidade, muito bem-quista por todos, participativos na comunidade religiosa, e a mudança da rotina foi um dos elos que fechava para que culminasse nesta tragédia.
A mãe tinha o costume diário de levar o bebê para a escola, porém nesta terça-feira, devido o trabalho, não ia poder levar o bebê até a escola e pediu para que o marido levasse. Pela manhã, ele colocou o menino na cadeirinha no banco de trás, porém, em vez de se dirigir para a escola, como o menino dormiu, ele acabou indo direto para o trabalho, guardou o carro nos fundos da oficina mecânica e foi trabalhar. Durante todo o dia, ele trabalhou tranquilamente e no fim da tarde, estava com o compromisso de retornar na escola para buscar o bebê. Quando ele foi até o carro para ir na escola, que notou que o bebê havia ficado o dia todo no veículo.
Desesperado, o homem com ajuda de seu irmão deslocaram rapidamente até uma unidade de saúde localizada na Rua Vereador Toaldo Túlio, no bairro Santa Felicidade, porém o bebê já chegou no local sem vida. Equipes do Samu ainda tentaram realizar a reanimação sem sucesso.
A mãe ao receber a notícia precisou ser hospitalizada em choque. O pai em choque foi encaminhado para o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA), onde poderá responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Amigos relataram nas redes sociais que o sonho da família era adotar uma criança e quando aconteceu, houve grande mudança para todos que ficaram muito felizes e que o fato se trata de uma fatalidade.
Estudo revela dados alarmantes
Em uma descoberta alarmante, neurologistas concluiram que esquecer um bebê dentro de um carro pode acontecer com qualquer pessoa. Conhecido como “Forgotten Baby Syndrome” (FBS) ou “Síndrome do Bebê Esquecido“, esse fenômeno vem sendo estudado por especialistas em neurologia.
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos revelou que 11% dos pais já esqueceram seus filhos dentro do veículo em algum momento. Entre os pais de crianças com até três anos, a proporção chega a um em cada quatro. Como resultado dessa negligência, ocorrem em média quarenta mortes de crianças por ano apenas nos EUA.
Especialistas apontam alguns fatores que contribuem para essa situação preocupante. Para reduzir o risco de lesões em caso de acidentes, é obrigatório transportar a criança no banco de trás e, dependendo da idade, de costas para o movimento. Consequentemente, muitos pais não interagem com os filhos durante o trajeto, o que faz com que eles acabem adormecendo e, por consequência, sejam simplesmente esquecidos pelas mentes já sobrecarregadas dos pais.
Outro fator relevante é a força do hábito. Muitos pais se acostumam com a rota casa-trabalho e, quando precisam realizar uma tarefa fora dessa rotina, como levar o filho à creche, por exemplo, acabam não internalizando essa nova informação. Eles entram no “piloto automático” e, inadvertidamente, “esquecem” o bebê dentro do veículo.
Um novo elemento, que se destaca cada vez mais, é o excesso de informações e o uso de dispositivos eletrônicos. Pesquisas revelam que o uso de redes sociais, aplicativos e dispositivos eletrônicos ao volante está em constante crescimento em todo o mundo. Os motoristas estão cada vez mais ocupados mexendo em seus celulares, utilizando GPS, sintonizando rádio ou TV, ou procurando objetos. A situação é tão alarmante que nos EUA já existem projetos de lei em andamento para aumentar a rigidez das leis a fim de reduzir a distração no trânsito.
Plantão 190
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