Quando duas mãos se encostam, a mais quente transfere calor para a mais fria até as temperaturas se igualarem. A mesma coisa acontece com seu corpo e o ar ao redor.
Seu corpo é movido por bilhões de usinas de energia microscópicas chamadas mitocôndrias, que queimam o açúcar que você come usando o oxigênio que você respira. Esse processo gera um excedente de calor, que exala da superfície da pele na forma de radiação infravermelha (é assim que câmeras de visão noturna detectam seres vivos no escuro).
Sem esse processo de troca de calor com o ar não rola, você sobreaquece. O problema: se o ar, que é a outra “mão” dessa metáfora, também estiver a 37 °C, não dá para transferir o excesso. Afinal, só existe troca de calor entre coisas a temperaturas diferentes, sempre na direção da mais quente para a mais fria.
Assim, em dias quentes, a maior parte do seu calor fica preso com você. Isso obriga o corpo a adotar estratégias alternativas, como o suor. No final do texto, você vai entender porque a água é tão boa nessa missão de resfriar as coisas.
Um ser humano vestido se sente confortável em algo entre 20 °C e 25 °C. Nessa faixa, você perde calor a uma taxa ideal para compensar o metabolismo e se manter em 37 °C. Mas que isso (os 28 °C da pergunta, por exemplo), dá calor.
Mas, então, por que uma piscina a 28 °C ainda parece fria? Aí entra em jogo uma outra sutileza, a condutividade térmica de cada substância. A água conduz calor 25 vezes melhor que o ar, ou seja: ela esfria coisas quentinhas mais rápido. Essa é a mesma razão pela qual a madeira, que é má condutora, parece mais quente que um metal à mesma temperatura.
Para não falar, é claro, na ausência de roupas. Mas, evidentemente, não adianta nadar vestido: o tecido de roupas comuns nos isola do ar, mas não é capaz de nos proteger da água. Ela entra em todos os cantinhos, inclusive áreas do seu corpo que normalmente (nos esperamos, rs.) não ficam expostas em público.
Pergunta de @j_helito, via Instagram.
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