
LAS VEGAS — É uma afirmação ousada: a busca para criar um supercondutor que funcione em condições práticas foi finalmente cumprida, diz uma equipe de pesquisadores. Mas a controvérsia perseguiu a alegação anterior da equipe de supercondutividade recorde, sugerindo que o novo resultado enfrentará um escrutínio extremo.
Muitos materiais tornam-se supercondutores, capazes de transmitir eletricidade sem resistência, desde que resfriados a temperaturas muito baixas. Alguns supercondutores funcionam em condições mais quentes, mas devem ser espremidos a pressões esmagadoras, o que significa que também são impraticáveis de usar.
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Agora, os pesquisadores estão dizendo que criaram um supercondutor que funciona à temperatura ambiente e a uma pressão relativamente baixa. Um supercondutor que opera sob tais condições comuns pode anunciar uma nova era de máquinas de alta eficiência, instrumentação supersensível e eletrônica revolucionária.
“Este é o começo de um novo tipo de material útil para aplicações práticas”, disse Ranga Dias, físico da Universidade de Rochester, em Nova York, em 7 de março na reunião da American Physical Society.
A equipe relatou o novo resultado com um material feito de hidrogênio, nitrogênio e lutécio. Dias e seus colegas misturaram os elementos em um dispositivo conhecido como célula bigorna de diamante. Eles então variaram a pressão e mediram a resistência ao fluxo elétrico no composto.
Em temperaturas tão altas quanto cerca de 294 kelvins (21° Celsius ou 70° Fahrenheit), o material parecia perder qualquer resistência ao fluxo elétrico. Ainda exigia pressões de 10 kilobar, que é cerca de 10.000 vezes a pressão da nossa atmosfera. Mas isso é muito menor do que os milhões de atmosferas de pressão normalmente necessários para supercondutores que operam perto da temperatura ambiente. Se confirmado, isso torna o material muito mais promissor para aplicações no mundo real.
A pesquisa provavelmente enfrentará ceticismo significativo, em parte por causa da tempestade de fogo sobre a publicação anterior da equipe que alegou a descoberta de supercondutividade em hidreto de enxofre carbonáceo a 15° C (SN: 14/10/20). Editores em Natureza retratou esse artigo, apesar da objeção de Dias e seus coautores, citando irregularidades no tratamento dos dados dos pesquisadores que minaram a confiança dos editores nas reivindicações (SN: 3/10/22).
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